1.5.12


Nessa mesma data, há exatos 18 anos, mas precisamente pela manhã, o Brasil perdia um dos grandes heróis modernos: Ayrton Senna da Silva.

Um legítimo representante brasileiro, tanto na personalidade forte, quanto na vontade de nunca desistir, só poderia se chamar Silva. Um Silva como eu. Um Silva como muitos que vão ler esse post e milhões de outros que não vão. Mas todos nós temos em comum o nome, a esperança e o sonho de ser o melhor... Sempre. Nessa última frase consegui resumir o que foi um piloto que saiu das listas e estatísticas, após uma forte batida na maldita curva Tamburello, e entrou para a história. Morreu o homem, nasceu o mito.

Quem viu o homem, com certeza chorou sua morte. Quem só viu o mito, pode ter certeza, ele realmente foi tudo isso que falam dele.

A cada domingo dos sofridos e tristes anos finais da década de 80 e início da de 90, a única alegria de um povo era ver a bandeira do Brasil sendo carregada por um piloto por todos os autódromos do mundo. Carregado mesmo, literalmente. A cada vitória, lá estava ela. Foi a válvula de escape de uma população abandonada, traída e sacaneada pelos seus governantes, mas que se apegou a um ídolo que, em meio às vergonhas que tinhamos aqui, nos colocava em um patamar que poucos conseguiram: de orgulho mundial.

Reverenciado por todos, até inimigos e rivais, como Alain Prost, maior adversário e uma das maiores disputas da história do esporte. Diria um dia o francês: "Qualquer adjetivo para descrevê-lo é insuficiente, ele foi maior que qualquer um."

Mesmo Mansell, o Leão, apelido em referência a sua bravura nas pistas, não foi capaz de pará-lo. E ainda Piquet, com quem foi protagonista ao lado de Senna da mais espetacular ultrapassagem da história da Fórmula 1. Um quarteto soberano, mas só mesmo um herói nacional se destacaria em meio aos maiores de todos os tempos...

Senna, Prost, Mansell e Nelson Piquet (da direita para a esquerda)

Hoje, 18 anos após sua morte, a saudade a cada domingo parece aumentar. Ligar a televisão e não ver seu capacete verde e amarelo (nas cores do Brasil) faz a lembrança viajar por momentos inesquecíveis, como no momento em que sentimento e sentimentalista se uniram: Torcedores invadem a pista e comemoram junto com Ayrton a sua última vitória em Interlagos, no Brasil, em 1993. Era uma despedida... Ele jamais correria novamente junto do povo que tinha orgulho em dizer: Ayrton Senna do Brasil.


Após sua morte, o nascimento do mito surgiu com força após a descoberta de quem, em segredo, mantinha uma Instituição que leva até hoje seu nome. Para a mesma, Senna doou mais de 400 milhões de dólares, parte de sua fortuna, como deixara em testamento. Milhares de crianças até hoje são "filhos" do projeto, todas no anonimato, como sempre carregou o trabalho que fazia com elas...

Herói feito. Não inventado.

PS: Nessa corrida, faltando poucas voltas para o final, Ayrton Senna teve sério problema no câmbio, restando-lhe apenas a sexta marcha. Carregou, literalmente, o carro até o final com ela e venceu a mais espetacular das corridas que fez.



Obrigado, Ayrton Senna. Obrigado, Herói de Um Povo Sofrido.