18.12.10

Dando sequência a listagem das melhores coisas que já vi, segue agora o Top 5 dos Melhores Desfiles de Escolas de Samba que já vi.

Talvez essa listagem interessa a poucas pessoas, mas também estava no debate.

5ª Lugar - Gaviões da Fiel 2002: "Xeque-Mate" (Campeã do Carnaval)

"É hora da virada, vem amor! Tenho fé e esperança no coração." - Aqui não poderia faltar o desfile que foi o Marco Zero para eu apreciar o Carnaval de SP. Já era fã dos desfiles da Gaviões desde 99, mas esse samba e a apresentação da escola me conquistaram de vez. Uma chuva torrencial do meio pro final do desfile e os Gaviões lá, com aquela obra que considero a melhor da história da Fiel. Como a gente costuma dizer no jargão carnavalesco: Uma porrada.




4ª Lugar - Mangueira 2002: "Brazil com Z é pra Cabra da Peste, Brasil com S é Nação do Nordeste" (Campeão do Carnaval)

"Vou invadir o Nordeste, seu cabra da peste: Sou Mangueira" - Eu lembro bem desse desfile, sentei para ver sem nenhum pretensão e até desanimado, porque as escolas de domingo tinham decepcionado e muito. Mas só que ali estava a Velha Mangueira. Um desfile arrasador no quesito musical. Comissão de Frente de extrema criatividade, com a marca do Carlinhos de Jesus, onde mulheres fantasiadas de bonecas vinham dentro de malas, representando "Mulheres de Pano". Genial. Mestre Jamelão deu um show, sua última grande apresentação. Campeã e com sobras.



3ª Lugar - Mocidade 1997: "De corpo e alma na Avenida" (Vice-campeã do Carnaval)

"Saúde e harmonia, prazer de viver! Vou virar pelo avesso, teu avesso eu quero ver" - O que falar desse desfile? Ao meu ver, em termo de criatividade e beleza plástica, o melhor que já vi. Acho que é o segundo melhor trabalho do Lage na Mocidade, perdendo apenas para 1992 e empatando com 1998. Defendia o título soberbo do ano anterior, mas com alguns problemas na evolução, perdeu para a Viradouro impecável de Joãozinho 30. Confesso que no dia torci contra a escola APENAS para contrariar meu pai, Independente doente! rs Um desfile mágico. Lindo, lindo e lindo. E só mais uma coisa: SAMBAÇO. O samba do meio é a coisa mais criativa que conheço, em termo de samba e poesia. Os compositores resumiram TODOS os Cinco Sentidos Humanos, em uma declaração de amor: "Me beija na boca\Vem me abraçar\Tem cheiro de amor no ar\Ouvindo teu canto ecoar\Nos teus olhos vejo\Minha estrela brilhar"



2ª Lugar - Imperatriz 1996: "Imperatriz Leopoldinense Honrosamente Apresenta: Leopoldina, a Imperatriz do Brasil" (Vice-campeã do Carnaval)

"Ôôô Lá vem raiz, a Leopoldina é Imperatriz" - O melhor desfile que eu já vi da Imperatriz. Esse é o cartão de visita de uma escola que se apresentou perfeita e, perdeu, no "quesito" sobrenatural. Uma apresentação mágica, um samba que está entre os melhores que conheço e uma plástica perfeita. Sim, perfeita. A Rosa Magalhães, que junto do Renato Lage considero gênios do carnaval, mostrou o por quê de eu achar isso. Vejo, revejo e sempre me encanto. A aula de história proporcionada por esse desfile é coisa que não se tem NEM NA ESCOLA. É a vida da primeira mulher a Governar o País e peça fundamental para a Proclamação da Independência. Divino.



1ª Lugar - Mocidade 1996: "Criador e Criatura" (campeã do Carnaval)

"A mão que faz a bomba, faz o samba! E Deus, faz gente bamba" - Não consigo achar palavras para descrever esse desfile. Foi a partir dele que comecei de fato a gostar de carnaval. Ganhei um LP (Sim, disco de vinil) com os sambas de 96 e não parava de escutá-lo, sempre repetindo a faixa da Mocidade e a frase que imortalizei naquele verão: "Essa será a campeã". Ninguém levava a sério aquele palpite, ainda mais de um garoto de 8 anos, recém chegado ao RJ e que nada sabia de carnaval. Mas só que ali não era palpite comum, era a emoção falando alto. O desfile foi isso. Muitos desfiles depois eu assisti, mas nenhum outro é mais vivo na minha memória do que aqueles Franksteins, bateria vestida de Robocop, aquele carro do Paraíso, o abre-alas da Mão de Deus e todas as alas que seguiram. Comemorei o título como se fosse uma conquista de Copa do Mundo, vibrei, chorei e gritei muito. Após a apuração, um ritmista da escola e que era meu vizinho, descendo a rua com sua fantasia, decretou em meu coração a sentença mortal: Eu tinha nascido para ser do samba, eu tinha nascido para ser Ritmista.