Dando sequência a listagem das melhores coisas que já vi, segue agora o Top 5 dos Melhores Desfiles de Escolas de Samba que já vi.
Talvez essa listagem interessa a poucas pessoas, mas também estava no debate.
5ª Lugar - Gaviões da Fiel 2002: "Xeque-Mate" (Campeã do Carnaval)
"É hora da virada, vem amor! Tenho fé e esperança no coração." - Aqui não poderia faltar o desfile que foi o Marco Zero para eu apreciar o Carnaval de SP. Já era fã dos desfiles da Gaviões desde 99, mas esse samba e a apresentação da escola me conquistaram de vez. Uma chuva torrencial do meio pro final do desfile e os Gaviões lá, com aquela obra que considero a melhor da história da Fiel. Como a gente costuma dizer no jargão carnavalesco: Uma porrada.
4ª Lugar - Mangueira 2002: "Brazil com Z é pra Cabra da Peste, Brasil com S é Nação do Nordeste" (Campeão do Carnaval)
"Vou invadir o Nordeste, seu cabra da peste: Sou Mangueira" - Eu lembro bem desse desfile, sentei para ver sem nenhum pretensão e até desanimado, porque as escolas de domingo tinham decepcionado e muito. Mas só que ali estava a Velha Mangueira. Um desfile arrasador no quesito musical. Comissão de Frente de extrema criatividade, com a marca do Carlinhos de Jesus, onde mulheres fantasiadas de bonecas vinham dentro de malas, representando "Mulheres de Pano". Genial. Mestre Jamelão deu um show, sua última grande apresentação. Campeã e com sobras.
3ª Lugar - Mocidade 1997: "De corpo e alma na Avenida" (Vice-campeã do Carnaval)
"Saúde e harmonia, prazer de viver! Vou virar pelo avesso, teu avesso eu quero ver" - O que falar desse desfile? Ao meu ver, em termo de criatividade e beleza plástica, o melhor que já vi. Acho que é o segundo melhor trabalho do Lage na Mocidade, perdendo apenas para 1992 e empatando com 1998. Defendia o título soberbo do ano anterior, mas com alguns problemas na evolução, perdeu para a Viradouro impecável de Joãozinho 30. Confesso que no dia torci contra a escola APENAS para contrariar meu pai, Independente doente! rs Um desfile mágico. Lindo, lindo e lindo. E só mais uma coisa: SAMBAÇO. O samba do meio é a coisa mais criativa que conheço, em termo de samba e poesia. Os compositores resumiram TODOS os Cinco Sentidos Humanos, em uma declaração de amor: "Me beija na boca\Vem me abraçar\Tem cheiro de amor no ar\Ouvindo teu canto ecoar\Nos teus olhos vejo\Minha estrela brilhar"
2ª Lugar - Imperatriz 1996: "Imperatriz Leopoldinense Honrosamente Apresenta: Leopoldina, a Imperatriz do Brasil" (Vice-campeã do Carnaval)
"Ôôô Lá vem raiz, a Leopoldina é Imperatriz" - O melhor desfile que eu já vi da Imperatriz. Esse é o cartão de visita de uma escola que se apresentou perfeita e, perdeu, no "quesito" sobrenatural. Uma apresentação mágica, um samba que está entre os melhores que conheço e uma plástica perfeita. Sim, perfeita. A Rosa Magalhães, que junto do Renato Lage considero gênios do carnaval, mostrou o por quê de eu achar isso. Vejo, revejo e sempre me encanto. A aula de história proporcionada por esse desfile é coisa que não se tem NEM NA ESCOLA. É a vida da primeira mulher a Governar o País e peça fundamental para a Proclamação da Independência. Divino.
1ª Lugar - Mocidade 1996: "Criador e Criatura" (campeã do Carnaval)
"A mão que faz a bomba, faz o samba! E Deus, faz gente bamba" - Não consigo achar palavras para descrever esse desfile. Foi a partir dele que comecei de fato a gostar de carnaval. Ganhei um LP (Sim, disco de vinil) com os sambas de 96 e não parava de escutá-lo, sempre repetindo a faixa da Mocidade e a frase que imortalizei naquele verão: "Essa será a campeã". Ninguém levava a sério aquele palpite, ainda mais de um garoto de 8 anos, recém chegado ao RJ e que nada sabia de carnaval. Mas só que ali não era palpite comum, era a emoção falando alto. O desfile foi isso. Muitos desfiles depois eu assisti, mas nenhum outro é mais vivo na minha memória do que aqueles Franksteins, bateria vestida de Robocop, aquele carro do Paraíso, o abre-alas da Mão de Deus e todas as alas que seguiram. Comemorei o título como se fosse uma conquista de Copa do Mundo, vibrei, chorei e gritei muito. Após a apuração, um ritmista da escola e que era meu vizinho, descendo a rua com sua fantasia, decretou em meu coração a sentença mortal: Eu tinha nascido para ser do samba, eu tinha nascido para ser Ritmista.
Final de ano e sempre rolam aquelas retrospectivas. Pois bem, conversando com outro colega, hoje a tarde, começamos a formular o que foi melhor e pior no ano. Dentro do tema, fizemos uma listagem, também, das melhores coisas. Debatemos música, futebol, cinema etc.
Resolvi então trazer isso ao blog. Farei, até o final do ano, meu "Top Five" (Odeio importações de expressões linguísticas estrangeiras, mas ok) de algumas coisas interessantes. Começo pelo cinema, justamente por onde começamos na conversa da tarde chuvosa.
PS: Vale lembrar que, assim como na música, há o cinema feito PARA O PÚBLICO e o cinema feito PARA OS PROFISSIONAIS. Darei uma opinião com um pé em ambos, haja vista que não sou profissional de cinema.
5ª Lugar - Cinema Paradiso
Ta aí um típico filme que serve de exemplo para quem acha que só mega produção faz o cinema: Simples, leve e totalmente apaixonante. O roteiro do filme é de uma simplicidade, beleza e importância, que ganha qualquer espectador. A fotografia também é muito boa, sem muitas coisas mirabolantes. O roteiro apela para algo curioso: Cinema falando de cinema e suas salas que se perderam com o tempo. A cena inicial do filme é antológica e uma das coisa mais lindas da história da Sétima Arte. Impossível não se emocionar com essa obra.
E uma coisa chama mais atenção e visão sobre ele: é uma produção italiana, fora do estilo americano e com a qualidade e sutileza do cinema europeu.
Venceu o Globo de Ouro e o Oscar de melhor filme estrangeiro.
Vale a Pena: Sempre digo que a trilha sonora é a alma do filme, porque dela saem as sensações. Nesse, há, talvez, uma das músicas mais lindas do cinema, que leva o nome título da obra, "Cinema Paradiso"
4ª Lugar - Forrest Gump, o contador de histórias
Só pela atuação magnífica daquele que considero o maior ator do cinema mundial moderno, Tom Hanks, já valeria o filme. Mas ele vai além. Brincar com a história norte-americana, sem mexer nela e incluir um personagem desconhecido do público, com problemas e totalmente inocente, é de uma genialidade total. Genialidade porque é justamente o que faz o cinema inspirador, história de algo que nos revela outro. As cenas são, em sua maioria, antológicas, como o Gump correndo quando criança ou ele sentado no banco com a caixa de bombons em suas mãos.
Roteiro e fotografias especialmente inspirados. Um clássico, diria eu. Com certeza, entre os 3 melhores filmes da década de 90, se não for o melhor. Outro que envolve quem assiste, pela emoção. Foi o filme que consagrou de vez o Hanks, que vinha de filmes muito ruins em anos anteriores e apenas de comédia barata.
Ganhou 6 Oscar's e 3 Globos de Ouro, em ambas com Melhor Filme e Melhor Ator.
Vale a Pena: As sequências do Tom hanks durante a Guerra do Vietnã e no hospital. São as melhores passagens do filme. Além, lógico, da mensagem que a perseverança é algo que nos move na vida, como na luta do Gump em sempre reencontrar a Jenny.
3ª Lugar - Star Wars: Episódio III - A Vingança do Sith
Enfim uma mega produção. Um dos filmes mais assistidos e aguardados da história do cinema, não poderia deixar de entrar aqui. Ele é o eixo principal de toda a saga de Star Wars. Curiosamente foi o último a ser produzido, segundo George Lucas (que muitos nem consideram bom diretor), por falta de tecnologia e verba na época dos outros da década de 70 e 80. Tem uma qualidade na produção e ações de batalhas fantásticas, que são para entrar em livros de como fazer cinema. Os efeitos especiais são os melhores entre os 6 filmes, com a atuação primorosa de seus dois principais personagens: Anakin Skywalker (Hayden Christensen) e Obi-Wan (Ewan McGregor).
Você consegue se deixar levar, facilmente, pelas emoções e histórias do episódio. Impossível não se envolver.
Ele apagou de vez a imagem péssima do chato segundo filme da série, na ordem cronológica (O quinto a ser rodado, O Ataque dos Clones) e ainda finalizou a série com pompa, onipotência e mostrando porque é uma das mais famosas sagas do cinema e um mito da ficção científica. E olha que sou avesso a tudo isso supracitado.
Vale a Pena: A luta entre Obi-Wan Kenobi e Anakin Skywalker é o momento mais importante e emocionante do filme. Ali se faz o embrião de toda a saga.
2ª Lugar - Tropa de Elite
Só quem mora no RJ, talvez tenha real noção do que foram os finais dos anos 90 e início da década de 2000. Esse filme de José Padilha traz à tona toda essa realidade e se transforma em um símbolo do cinema nacional. As cenas, as músicas, as atuações e, principalmente, os bordões, entram para a história. Ao ponto de vista técnico-arte há alguns erros, mas do ponto de vista cinema, no sentido literal da palavra, é um dos mais fantásticos já feitos.
Seu roteiro, todo modificado na edição, parece estar faltando algo, mas na verdade é completo quando se vê até o final. Ele dá um tapa, sem medo algum, na política de segurança nacional e principalmente na PM carioca. As atuações de Wagner Moura, André Ramiro e Caio Junqueira estão entre as melhores da história do cinema brasileiro. Você sente nesse filme o principal ingrediente que o cinema deve ter (independente da qualidade dele): Envolvimento. Quem assiste, não só acompanha a história, mas participa, interage e torce pelos "caveiras".
Sem dúvida alguma é um divisor de águas no cinema do Brasil, porque além de inspirar novos produtores, cineastas e afins, abre espaço para o que é feito no País e sua ousadia. Um estilo tupiniquim, diria eu. Essa tendência pode ser mais comprovada ainda,quando lembramos de anteriores, como "Carandiru" e "Cidade de Deus", semelhantes na abordagem criminalista, trágica e performática quanto as atuações.
Seu vazamento antes da finalização e exibição (e o sucesso bombástico) é a prova da qualidade da obra e do grave problema que ele aborda. Tornou-se um "Midas" do cinema, onde tocou, virou Ouro.
Venceu o Urso de Ouro como Melhor Filme, em Berlim.
Vale a Pena: Quase tudo no filme vale a pena, mas as músicas do Tihuanas (e o já popular no RJ, Rap das Armas, de Mc Cidinho e Mc Doca) junto dos famosos bordões entraram para a história. Todo mundo, em qualquer canto da cidade do Rio ou até fora dela, gritou "Faca na caveira", "Bota na conta do Papa" ou "Nunca serão, jamais serão".
1ª Lugar - O Resgate do Soldado Ryan
Perfeito. Se me perguntassem uma palavra apenas para descrever esse filme, seria essa. Ele têm todos os quesitos que me fazem assistir um filme: Bom roteiro, excelentes atuações, história real sem alteração dos fatos e sequências envolventes. Sem falar que estamos tratando aqui de um gênio da direção, na minha opinião: Steven Spielberg.
Os 30 primeiros minutos, referentes ao desembarque na Normandia no Dia D, em junho de 1944, são as cenas mais reais, impactantes e fantásticas da história do cinema, para mim. A primeira vez que assisti o filme, fiquei o tempo todo pensando naquele início e, mesmo depois de terminado, ainda estava sem fôlego e chocado. Ali é a realidade de uma guerra. Por várias vezes ainda me coloco no lugar daqueles soldados que morreram naquele dia e qual era realmente o valor da vida deles "em nome da paz". Você já imaginou como seria ter uma expectativa de vida de apenas 4 segundos, para quem fosse recrutado para essa missão? Spielberg conseguiu isso e traduziu em momentos brilhantes.
A atuação de (novamente ele) Tom Hanks é algo de se mostrar inúmeras vezes em escolas de cinema e teatro. Beira a perfeição. Ou talvez seja realmente perfeita. O encadeamento de cenas e batalhas são de um realismo fora de série. E há, talvez o grande charme do filme, uma sacada de só quem é fera sabe fazer: Não há trilha sonora alguma durante a maior parte do filme e das sequências de luta. Aliás, ela é feita pelos tiros, gritos e explosões... Tudo para levar quem assiste ao 'front'.
A cena final, do cerco e proteção a ponte Aliada, mostra isso. São quase uma hora de absolutamente nenhuma trilha sonora. A única música que entra é um lamento de Édith Piaf tocando numa vitrola abandonada, onde os soldados relembram momentos,em meio a cidade francesa bombardeada. A dor da solidão + a dor da guerra + a dor da música! Genial.
Enfim, não há descrições suficientes para o filme. Seria melhor definir assim: "Faça valer a pena" e assista.
Venceu o Globo de Ouro de Melhor Filme e, Steven Spielberg, o Oscar e também Globo de Ouro, de Melhor Diretor.
Vale a Pena: A sequência do desembarque de Omaha Beach. Já foi gravada e encenada inúmeras vezes no cinema, nunca com tamanho realismo. As pessoas podem ter noção de como cruel e devastador foi a maior guerra da História da Humanidade e porque apenas soldados voluntários foram convocados para aquele momento.
Hours Concurs: Classifico alguns filmes como "imparticipáveis" de qualquer lista, por serem obras-primas do cinema e por isso não entraram. São eles: "Ben-Hur," "E o Vento Levou...", "Apocalipse Now" e "A Lista de Schindler".
Já foi largamente divulgado em blogs e até em livros, mas é sempre bom relembrar! E você, quantos itens já cumpriu?
1- Ficar absurdamente bêbado pelo menos um vez na vida 2- Fazer amizade pela net e ficar bem amigos 3- Ter um amor platônico 4- Se apaixonar a primeira vista 5- Roubar o (a) namorado (a) de alguém 6- Roubar chocolate nas lojas Americanas 7- Ir para balada de ônibus 8- Subir num palco e dançar igual louco 9- Transar num lugar publico 10- Fingir ser estrangeiro e falar um idioma que não existe 11- Pintar o cabelo de uma cor absurda 12- Fazer uma Tatoo 13- Ter o melhor sexo da sua vida 14 -Ir a um show de rock e ficar gritando: ‘CANTA PAGODE’ 15- Voltar da balada e dormir com a roupa que saiu 16- Se jogar na piscina de roupa 17- Fugir de casa e voltar no outro dia 18- Ir numa boate gay 19- Passar uma semana comendo besteiras 20- Tomar banho de mar a noite 21- Ter um animal e conversar com ele 22- Encontrar um ídolo 23- Sacanear um desconhecido 24- Chorar vendo um desenho ou filme 25- Compor uma música 26- Viajar sozinho 27- Chorar de tanto rir 28- Jogar uma bomba no vizinho 29- Encontrar um amor 30- Dizer EU TE AMO sem estar bêbado
Eu nasci singelo, simples como minha própria gente:
"O Chefe da polícia Pelo telefone mandou avisar Que na carioca tem uma roleta para se jogar"
Mas o "dotô" delegado não gostava dessa malandragem toda, não... Muito eu sofri:
"Delegado chico palha Sem alma, sem coração Não quer samba nem curimba Na sua jurisdição Ele não prendia Só batia Era um homem muito forte Com um gênio violento Acabava a festa a pau Ainda quebrava os instrumentos"
E quem me acompanhou até de manhã, ainda pagou por isso! Virou sinônimo de bandido:
"Podem me prender, podem me bater Podem até deixar-me sem comer Que eu não mudo de opinião. Daqui do morro eu não saio não, daqui do morro eu não saio não."
Mas eu fui crescendo, ganhei amigos geniais e a tristeza foi embora:
"Fim da tempestade O sol nascerá Finda esta saudade Hei de ter outro alguém para amar"
Ganhei uma Avenida só pra mim, ganhei o mundo só pra mim:
"A minha alegria atravessou o mar E ancorou na passarela Fez um desembarque fascinante No maior show da terra Será que eu serei o dono dessa festa Um rei No meio de uma gente tão modesta"
Tive várias fases, tentei outros rumos:
"Se você disser que eu desafino amor Saiba que isso em mim provoca imensa dor Só privilegiados têm ouvido igual ao seu Eu possuo apenas o que Deus me deu"
Fui rebelde:
"Hoje você é quem manda Falou, tá falado Não tem discussão, não."
Ganhei swing:
"Moro num país tropical, abençoado por Deus E bonito por natureza, mas que beleza Em fevereiro (em fevereiro) Tem carnaval (tem carnaval)"
Mas quando todos temiam pelo pior, me reinventei. Sabe por quê?
"Samba, agoniza mas não morre Alguém sempre te socorre Antes do suspiro derradeiro
(...)
Mudaram toda a sua estrutura Te impuseram outra cultura E você nem percebeu"
Voltei a ser malandro, reencontrei o bom-humor:
"E se não fosse o samba Quem sabe hoje em dia eu seria do bicho?"
Então segui em frente, ganhei Um Ser de Luz, madrinha e um rei:
"Eu já passei Por quase tudo nessa vida Em matéria de guarida Espero ainda a minha vez Confesso que sou De origem pobre Mas meu coração é nobre Foi assim que Deus me fez..."
Virei interplanetário, acordei máquinas em Marte:
"Ô Coisinha tão Bonitinha do Pai..."
Ganhei novos frutos, novos amigos, nova roupa... rejuvenesci. Mas minha essência permanece, sou brasileiro, sou natural da terra Tupiniquim. Por isso, hoje, no dia do meu aniversário, eu lhe peço:
"Não quero dizer que viver é só sambar Mas sambar é viver É saber se encontrar Só o samba faz a tristeza se acabar Só o samba é capaz desse povo alegrar
Ser sambista é ver com olhos do coração Ser sambista é crer que existe uma solução É a certeza de ter escolhido o que convém É se engrandecer e sem menosprezar ninguém