Sabe aquela música que você ouve desde criança, marcou parte da sua vida e sempre que toca te traz lembranças deliciosas? Então, agora imagina que você foi "enganado" por esse tempo todo e não sabia? Bem, não é enganado no sentido literal, mas por desconhecer que muitas das músicas famosas são, na verdade, uma versão nacional.
Muitas canções brasileiras, principalmente a partir da Jovem Guarda, ganhavam muitas versões em português. Isso porque o mundo vivia a fase áurea da influência das músicas internacionais, já era o começo da globalização. Os artistas brasileiros, na onda dessa internacionalização, pegavam muitas canções de sucesso em locais específicos e faziam arranjos e versões brasileiras. Algumas se tornaram tão famosas, que superaram as originais no Brasil.
E é agora que você descobrirá que cantou muita coisa sem saber que era uma versão. Vamos à lista:
10 - Marvin, dos Titãs (Patches, de Clarence Carter)
Gravado em 1984, no famoso disco "Go Back", Marvim é um dos maiores sucessos dos Titãs, que são considerados os Rolling Stones do Brasil. O que muita gente que já cantou não sabe é que essa canção é um clássico do soul americano, mais precisamente do Alabama. Ela é de Clarence Carter, integrante da Chairmen of the Board, banda que a lançou 20 anos antes.
9 - Qualquer Jeito (Não Está Sendo Fácil), da Kátia (It Should Have Been Easy, de Bob McDill)
Não está sendo fácil escrever tudo isso, mas a inesquecível música que consagrou nos anos 80 a carismática Kária, é uma versão da composição de Bob McDill, gravada por Anne Murray em 1982. Inspirados pela musicalidade que ela carrega, foi trazida para o Brasil e ganhou uma pitada nacional.
Assinaram a versão nada mais que a dupla Roberto e Erasmo Carlos. Foi largamente executava no fim dos anos 80 e ganhou fama novamente em 2013, com a volta do "Globo de Ouro", no Canal Viva. Como se percebe pelo nome, o verso que "batiza" a música é quase o original...
8 - Quatro Semanas de Amor, de Luan e Vanessa (Sealed With a Kiss, de Peter Udell e Gary Geld)
Se você tem por volta de 30 anos, com certeza foi apaixonado pela Vanessa ou pelo Luan. E também cantava debaixo do chuveiro que "foi um sonho de verão". Mas não foi. A música é uma versão de outra o The Four Voices gravou, em 1960, como single, mas a sua gravação não obteve sucesso. Em 1972 foi lançada pelos autores, Peter Udell e Gary Geld, sendo regravada outras tantas vezes, até virar um hit dos anos 90 no Brasil... em uma versão.
7 - Eva, do Rádio Táxi (Regravado pela Banda Eva), (Eva, de Umberto Tozzi)
Aqui temos duas surpresas. A primeira, para quem é mais novo, que essa música não é da Banda Eva (ou da Ivete Sangalo). A outra de que muito menos da Rádio Táxi, uma das bandas de maior sucesso dos anos 80.
Só que ela é uma versão de uma canção italiana de fama em seu país de origem. Lançada em 1982 na Itália, em português ela ganhou a letra muito semelhante e um tempero muito mais gostoso de se ouvir.
6 - Meu Sangue Ferve Por Você, de Sidney Magal, (Oh Cuanto Te Amo, de Sabú)
O "Amante Latino" Sidney Magal se inspirou no apelido e foi buscar na Argentina aquele que seria o seu maior sucesso. Lançada em 1977, a versão em português foi inspirada na original do cantor de baladas porteñas Sabú, muito famoso na América Latina. Chegou ao público das Américas no fim dos anos 60.
Até hoje a versão de Magal é famosa até mesmo fora do país.
5 - Borbulhas de Amor, de Fagner, (Burbujas de Amor, de Juan Luis Guerra)
Agora chegamos a uma das canções mais populares e famosas da música brasileira. Bem, não tão brasileira. Se um dia você quis ser um peixe para em um límpido aquário mergulhar, agradeça ao dominicano Juan Luis Guerra. Ele quem lançou, na década de 80, a versão original do hit que levou Raimundo Fágner, já consagrado na MPB, vender mais de meio milhão de discos.
Uma curiosidade sobre esta versão é que ela foi assinada pelo poeta Ferreira Gullar, um dos maiores nomes da literatura brasileira.
4 - O Amor e Poder, de Rosana, (The Power Of Love, de Jennifer Rush)
Já vou avisando que sua Festa Ploc nunca mais será a mesma: Na próxima vez que você cantar "Como uma deuuuuuuusa", lembre-se que milhões de outras pessoas, em mais de dez idiomas, também podem estar cantando na versão do seu país. Lançado em 1984 pela americana Jennifer Rush, a The Power Of Love foi um sucesso absoluto de regravações. Entre os nomes estão Celine Dion, em 1993.
No Brasil, Rosana a regravou três anos depois e nunca mais conseguiu tirar sua imagem da "Deusa" que a mantêm sob os holofotes. Seu nome é tão ligado à música, que quase todos os brasileiros nem imaginam que essa canção é consagrada no mundo todo.
3 - Bem Que Se Quis, de Marisa Monte, (E Po’ Che Fa, de Pino Daniele)
Aqui estamos falando de um raro caso onde a versão em português superou a original. E muito se deve ao monstruoso talento de Marisa Monte. Ao gravar "Bem Que Se Quis", em 1988, a brasileira contou com a ajuda do grande Nelson Motta. O jornalista a traduziu a original de Pino Daniele, lançada ano anterior. Vale uma menção aqui: Marisa estudou canto em Roma, na Itália. Talvez a própria tenha tido contato com a obra bem antes.
Chegou ao público do Brasil num dos arranjos mais consagradores da MPB, naquele que seria um dos grandes discos dos ano 80, o MM, que está entre os 100 maiores da música brasileira, segundo a Revista Rolling Stones.
2 - À Sua Maneira, do Capital Inicial, (De Musica Ligera, de Soda Stereo)
Se estava falando polêmica, não falta mais. "De música ligera" foi composta por Gustavo Cerati e interpretada pela banda argentina Soda Stereo, uma das maiores influências latinas em termo de rock. Lançada em 1990, foi um marco para os hermanos. No Brasil ela ganhou uma versão pouco lembrada dos não menos influenciadores Paralamas do Sucesso, em 1996, Mas entrou de vez no cenário musical brasileiro em 2002, com o Capital Inicial.
A música ficou tão famosa que marcou o ressurgimento do grupo liderado por Dinho Ouro Preto e é até hoje confundida como sendo uma canção originalmente em português. Pouco importa, ela é um divisor de águas em ambas fronteiras.
1 - Vou de Táxi, da Angélica, (Joe Le Taxi, de Vanessa Paradis)
Prepare-se agora para uma revelação que mudará sua histórica infância, caso tenha mais de 30 anos: Você pode ir de táxi, mas se não falar francês, é capaz de ficar no meio da rua. A canção que fez a então apresentadora Angélica famosa no Brasil inteiro, nada mais é que uma versão da francesa Joe Le Taxi. Escrita por Étienne Roda-Gil e composta por Franck Langolff, ela foi incluída no álbum de estreia de Vanessa Paradis, "M & J", em 1988. O sucesso foi tão absurdo, cerca de 3 milhões de cópias vendidas, que colocou o single entre os 100 mais comercializados de todos os tempos.
A loirinha Angélica, então com 15 anos, contou com a ajuda de Byafra e Aloysio Reis na versão e dividiu sua carreira entre antes e depois de "Vou de Táxi". Ela era semelhante em todas as características que Vanessa tinha na música original. O sucesso foi estrondoso e tornou a canção como uma das 10 mais tocadas no ano de 1988 no Brasil.
Mas ao contrário da francesa, que descrevia um taxista pelas ruas de Paris, a versão em português contava com um conteúdo mais romântico e que alavancou ainda mais o charme da garota que conquistava a audiência na TV Manchete.
Agora diga: Qual destas você nem imaginava que era uma versão em português?
Brasil e Colômbia se enfrentaram pela Copa América, naquela que foi a terceira partida entre as duas equipes em um ano. Nas outras duas ocasiões a Seleção Brasileira venceu, mas nesta última os colombianos não só ganharam como mostraram uma força muito grande e diferente de outros encontros. Assim como fiz com o Chile, resolvi entender o que de fundamental aconteceu e definiu o jogo.
Pékerman, outro treinador argentino, assim como Sampaoli, já treinou a Seleção da Argentina na Copa de 2006. Seu estilo é tradicional ao sulamericano, com bastante marcação e dois meias fazendo as criações de jogadas. Na Colômbia ele mantêm este estilo. E foi assim que os colombianos deram um nó tático no Brasil, na penúltima rodada do Grupo C da Copa América.
Com uma recomposição defensiva extremamente forte e precisa, os colombianos montaram um esquema de marcação por zona e que anulasse o principal jogador do Brasil: Neymar. Como na Seleção o jogador brasileiro atua pelo lado esquerdo, por aquele lado o treinador da Colômbia colocou Zuñiga e o volante Sánchez. Na cobertura ainda ficava o experiente Zapata.
Além deles, Juan Cuadrado pela direita e James Rodriguez pela esquerda, com Radamés Falcão voltando, a marcação do ataque do Brasil era não só eficiente como neutralizou qualquer tipo de criatividade pelo meio. A Seleção Brasileira até tentou abrir o jogo, procurando sempre Filipe Luís na partida. O lateral foi o jogador que mais tocou na bola no jogo inteiro, justamente o único que não tinha pelas suas costas outro jogador, com Fred acompanhando Juan.
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James e Cuadrado, com o sistema defensivo forte, jogou em cima do Elias e Fernandinho. Com isso a bola não saía com qualidade e os volantes se apresentando como opção de ataque. Essa liberdade de ataque aos dois colombianos também cresceu ainda mais com apoio do lateral esquerdo Armero, que sempre teve vocação ofensiva. O resultado foi um time "mordendo" bastante na marcação e muita gente na frente.
Com a recomposição mais lenta, mesmo com Fred ajudando os dois volantes, o sistema defensivo não conseguiu acompanhar o ritmo colombiano e por diversas vezes ficava em número igual de jogadores. Por pelo menos três vezes no primeiro tempo, a Colômbia usou dessa saída
rápida para pegar o Brasil de surpresa e encaixar seu ataque na defesa
desarrumada da Seleção do Dunga.
Se aproveitando desse ímpeto que os colombianos estavam por jogar novamente contra o Brasil, os jogadores acabaram por fazer marcação tão forte no meio campo que matavam a criação de jogadas brasileiras. Impedindo que a bola chegasse à frente e os volantes Elias e Fernandinho com James e Cuadrado, respectivamente, as opções eram sempre laterais ou isolamento. E sempre em superioridade numérica, a máxima do futebol moderno de hoje em dia.
Foi essa marcação forte, por vezes bruta, que irritou Neymar e causou sua expulsão. O jogador, que tem problemas pessoais por causa da sua transferência para o Barcelona que acumulou ainda mais nervosismo, não conseguiu partir pra cima da defesa, receber os passes ou criar jogadas. Sem um jogador específico de criação, o Brasil acabou sendo presa fácil para esse tipo de jogo colombiano.
No segundo tempo, a Colômbia já em vantagem no placar, apenas deixou o Brasil com a bola e aplicou todas esses movimentos táticos. Com uma pitada de revanche e correndo "dobrado", como Pékerman descreveu o seu time naquela noite, os colombianos acabaram ganhando dos brasileiros na tática, na técnica e na raça.
Sem dúvidas que a grande sensação dessa Copa América é a Seleção do Chile treinada pelo o argentino Jorge Sampaoli. Não é uma novidade, bem verdade, já que jogou assim na Copa do Mundo, inclusive atropelando a Espanha que conhecia o estilo de jogo chileno por causa do Barcelona.
O Sampaoli apareceu de forma marcante durante a Sul Americana 2011, quando passou por cima de todos os adversários e ganhou a competição de forma invicta. Àquela altura, o conceito praticado por ele já era consagrado na Europa, no Barcelona de Guardiola. Veio ao Maracanã e enfiou 4 a 0 sobre o Flamengo do Luxemburgo e Ronaldinho, sendo três gols apenas no primeiro tempo. O time foi tão envolvente no seu conceito de jogo, que a defesa rubro-negra terminou até com jogador expulso, o volante Aírton.
O que o argentino faz é um oásis em meio a um deserto de atraso tático na América do Sul. Em se falando de Brasil, piora mais ainda. Vide o que eles fizeram com a Seleção Brasileira na Copa do Mundo, quase eliminando o Brasil. Jogando nas costas do Marcelo e Daniel Alves, anularam qualquer ímpeto ofensivo da equipe do Felipão.
Os times do Sampaoli praticam o futebol de inversões de esquemas táticos a todo momento, utilizando cada um dos treinados à exaustão para momentos específicos da partida. Ele é jogado com triangulações e domínio total da posse de bola, o que é fundamental para esse estilo de jogo funcionar. Em média, o Chile troca 560 passes por partida. Contra a Bolívia, na última rodada da Copa América, foram 620. Para uma ideia, o Barcelona do Guardiola trocava 720 passes em média.
Na distribuição em campo, o time joga num 4-3-3 pelos jogadores colocados em campo. Porém, quando ataca, o Chile se torna um 3-4-3, com o lateral direito Isla subindo e virando ponta (por vezes reveza com Vidal a posição, assim um deles virando meia pelo mesmo lado). Com isso, o lateral esquerdo Mena fica preso ao esquema e não sobe. O meia vira um losango, com Valdívia à frente e Díaz atrás, na proteção da zaga. Marcação em zona e com ocupação de espaço.
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Para o funcionamento desse esquema a posse da bola é o sistema nervoso de tudo, porque além de girar a bola e envolver o adversário, o Chile abre espaços pelos lados e quebra a marcação adversária com passes rápidos. A tão famosa e badalada compactação é marca desse time. Jogando numa faixa máxima de 20 metros. Veja na foto acima
A troca de passes e posições acaba confundindo o adversário e, principalmente, abrindo os espaços para chegar ao gol. Foi assim que os chilenos conseguiram fazer o segundo gol, o de empate. A defesa do México acabou ficando mano a mano com os jogadores que chegaram ao ataque, sendo que os volantes deixaram Valdívia livre no meio e as laterais abertas para a chegada do Vidal ou Isla.
Essa atitude ofensiva do Sampaoli é nítida quando o time sobe e a defesa adversária rifa a bola para a frente. A Seleção Mexicana abusou de ligações diretas nesse estilo para tentar quebrar o esquema tático chileno e surpreender a formação do Chile. Como jogava com três atacantes, o México sempre precisava da volta de um deles para a ajudar na recomposição. Por diversas vezes pegou o time sulamericano de surpresa, mas a defesa com Jara e Medel conseguia impor superioridade em número de jogadores, uma das máximas do futebol moderno.
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Na recomposição defensiva tudo isso muda. O time volta a jogar com uma linha de quatro defensores atrás, com Díaz e Aranguiz á frente da zaga, forçando Vidal e Sánchez também a voltarem. Com isso o time forma duas linhas defensivas e que marcam muito forte, sem espaços para o adversário. Valdívia fica um pouco mais avançando e esperando o contra ataque para forçar as jogadas. O único "porém" nisso tudo é a lentidão com que Vidal e Isla voltam para recompor. Foi assim que o México conseguiu fazer três gols, jogando em cima dessa deficiência.
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É lindo assistir ao Chile jogar. Moderno, diferente e com um futebol bonito, de toques rápidos! Sampaoli absorveu bem da escola que nos últimos oito anos chegou com força ao futebol, onde a ofensividade das equipes é marca de um tempo que morreu no Brasil. Como bem disse Guardiola uma vez, ao ser questionado como ele fazia o Barcelona jogar de forma tão ofensiva mas com tanta posse de bola e presente até em sua biografia:
"Faço apenas o que o meu pai sempre me contava ser o futebol brasileiro".
Desde que o blog voltou eu venho estudando novas colunas e as dicas que chegaram via email. A "Na Estante" já estava engatilhada e, após o escândalo da FIFA, achei que era hora de colocá-la em prática.
"Na Estante" será voltada para indicações de leituras, geralmente livros, em torno de um assunto. Obviamente, as dicas serão com base nos que li, conheço ou indicado por amigos. Por isso, nada mais apropriado do que começar pelos livros sobre futebol e seu meio. Vamos a eles:
"Guia Politicamente Incorreto do Futebol" - Jones Rossi e Leonardo Mendes Júnior
Com certeza muita gente deve conhecer a série de "Guia Politicamente Incorreto" lançada pelos autores, que foi desde a História do Brasil à História Mundial. Esse novamente desconstrói os mitos acerca do futebol. Entre eles estão a de Charlles Miller como pai do futebol, sendo na verdade o pai da "cartolagem". Ou a lenda urbana de que o Brasil teria vendido a Copa de 1998 para a França, inclusive provando porque é uma invenção.
O texto é bem didático, divertido e de leitura fácil. Entre a bibliografia de pesquisa estão livros bases da literatura esportiva brasileira, como "O Negro no Futebol
Brasileiro", de Mário Filho, e um ícone do século XX, "A Revolução dos Bichos", de George
Orwell.
"Bola Fora" - Paulo Vinicius Coelho
Paulo Vinícius Coelho, ou simplesmente e popularmente conhecido PVC, é um dos grandes jornalistas esportivos que o Brasil já teve. Particularmente, sou fã da sua habilidade de comentarista e do seu texto refinado e didático.
"Bola Fora" é mais uma síntese disso tudo. Com uma pesquisa muito boa e explicações diretas, PVC conta a História dos jogadores que foram tentar a sorte fora do Brasil. O jornalista mostra os primeiros a saírem do Brasil em busca de profissionalização, como os irmãos/primos mineiros que foram pra Lazio, na década de 30, dando início à exportação dos jogadores nacionais.
Também são lembradas as fases em que o Brasil, como agora, ficou para trás na reformulação do seu futebol. O exemplo é o mitológico zagueiro Domingos da Guia, que por causa do amadorismo brasileiros, foi tentar a sorte no Uruguai e Argentina, onde se tornou uma lenda contada até hoje.
Já nos dias mais recentes, PVC detalha a venda de jogadores importantes, como Falcão e Zico. Não só em cifras, mas também como e porque foram respectivamente para a Roma e Udinese, deixando de lado outros clubes até maiores.
Uma leitura imperdível aos amantes do futebol.
"Jogo Sujo - o Mundo Secreto da Fifa" - Andrew Jennings
Andrew é considerado o inimigo número 1 da FIFA. O escocês revelou ao mundo a polêmica intenção corrupta da entidade em administrar o futebol com parcerias repletas de dólares sujos. A leitura é um grande dossiê contra não só aos gestores do futebol com sede na Suíça, como aos dirigentes que fazem parcerias controversas.
Se tornando uma grande Caixa Preta da corrupção, o livro apresenta com documentos e detalhes, transações e propinas em troca de favorecimentos políticos, econômicos e, principalmente, esportivo. Os textos mostram desde a falida ISL financiando dirigentes, até a trocas de favores em federações pelo mundo, principalmente África, Ásia e Europa.
Também são mostradas as vantagens que os patrocinadores tiveram durante tanto tempo com a FIFA, principalmente Adidas, relacionando tudo isso a sua ascensão como fornecedora mais poderosa do mundo. Não escapam nem os anunciantes e parceiros de Copa do Mundo, como a Visa e afins, que mesmo pagando menos, conseguiram lucrativa visibilidade mundial.
O livro é simplesmente de imprescindível leitura aos jornalistas da área esportiva e quem assiste o futebol achando que tudo é decidido dentro das quatro linhas.
Hoje li de um flamenguista "parte da torcida não quer colaborar com o clube e 'dar' R$ 40 para o sócio torcedor". O mesmo que foi copiado do Benfica e é ridiculamente desenvolvido há dois anos. Brasileiro adora babar ovo de europeu, mas os grandes gênios do marketing e arte de fazer dinheiro são os americanos. Copiem ELES!
Não é sócio torcedor que vai sustentar clube algum. Quem sustenta é a relação que você cria com sua torcida ou admiradores, independente de se filiar com um plano que "dê descontos em ingressos de R$ 100" e mais nenhuma vantagem.
Acho Sócio Torcedor uma das mais importantes atitudes pro futebol, mas ela não pode ser a muleta exclusiva pra o clube se reerguer financeiramente! Muito menos torcedor virar escravo disso!
Agora vejam o que fazem os americanos em seus esportes, sempre lotados, jogos praticamente diariamente (no caso do beisebol sim, diariamente durante sete meses). Não chantageiam seus torcedores com "seja sócio ou então não irá ao estádio". Ele faz o inverso. Incentiva que você vá ao estádio a preços atraentes e GASTE A DIFERENÇA LÁ! E esses retorno é até maior.
Um exemplo está acontecendo agora, quando o San Francisco Giants, no dia Cinco de Maio, data equivalente à independência do México, a franquia colocou a equipe toda com nomes em espanhol, até mesmo nos uniformes. Os torcedores com nomes de origem latina, tinham desconto nos ingressos e lojas do estádio. Lembrando que a Califórnia já foi um estado mexicano e tem a população na maioria com ascendência de lá. Obviamente, está lotado.
Outra prática é a de vender utensílios usados nas partidas, um evento em especial ou de jogadores. Só com essa modalidade, franquias conseguem pagar um mês inteiro de salários, ampliam a visibilidade da sua marca, nome e até mesmo renegociar valores na renovações de cotas de patrocínio, já que se valoriza! Quantos brasileiros vocês já viram na rua usando bonés de times da MLB, camisas da NBA e NFL, mas eles NEM FAZEM IDEIA DO QUE SEJAM? Pois é... E culpar exclusivamente a "colonização americana" não cabe nesse caso, porque a camisa da Seleção Brasileira, durante a década de 90, foi o produto esportivo mais vendido do mundo ao lado da camisa do Chicago Bulls! Por que? MARKETING!
Mas aqui, é chantagem e cópia pífia de um modelo europeu. Nenhum retorno! Pratiquemos durante um tempo esse modelo e vejamos o quanto daria ou não resultado. Incentive ir ao estádio sem chantagem, disponibilize stands de forme que gastem em favor do clube, vendendo o evento e ampliando a visibilidade da marca, não de apenas 90 minutos ou a mensalidade do Sócio Torcedor.
Semana passada recebi um email de um leitor do blog perguntando se eu conhecia a lista dos discos mais vendidos do mundo. Sim, conhecia. Porém, há muitas divergências sobre o número exato de vendas, porque isso passa por anos no mercado e até dados locais. Atualmente, há uma lista mais aceita pela maioria dos veículos, já com informações e números de diversos canais de coleta desses valores.
PS: Vale lembrar que esses números variam conforme atualização de vendagem e também de outros que podem não ser contabilizados.
Vamos a eles? Eis os 10 primeiros:
10ª: Rumours (1977) - Fleetwood Mac (40 milhões de cópias)
9ª: The Immaculate Collection (1990) - Madonna (41 milhões de cópias)
8ª: Dirty Dancing (1987) - Trilha Sonora (42 milhões de cópias)
7ª: Their Greatest Hits (1976) - Eagles (42 milhões de cópias) 6ª: Bat Out of Hell (1977) - Meat Loaf (43 milhões de cópias)
5ª: The Bodyguard (1992) - Trilha Sonora (44 milhões de cópias)
4ª: Bad (1987) - Michael Jackson (45 milhões de cópias)
3ª: Back in Black (1980) - AC/DC (49 milhões de cópias)
2ª: The Dark Side of the Moon (1973) - Pink Floyd (50 milhões de cópias)
1ª: Thriller (1992) - Michael Jackson (110 milhões de cópias)